Wednesday, June 26, 2013

A VIDA DAS JANELAS

Uma janela arquitetônica e materialmente falando-se é sempre e ao mesmo tempo uma abertura e uma vedação. Materialmente se interpõe entre paredes. Pode ser o vazio desta parede, a ruptura para um nada, ou para um tudo que virá depois. Pode ser uma boca que se cala, um corpo que se esconde um som que se sufoca, um amor  que se finda, para nunca mais.
Ela pode levar nosso olhar para o fora, para o exterior, para o longínquo ampliando a extensão de nosso olhar, como pode também convidar nosso olhar atento, ou distraído a querer ver o que está dentro, o que poder-se-ia ver por trás de uma janela, semi-aberta, entre-aberta, fechada.
Vejo a minha janela e todas as janelas como um signo de  receptividade, da abertura para as influências vindas de fora e para que aquilo que habita os recônditos de nossa alma salte aos olhos dos que sabem ver.

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