Reencontro
No brilho frio de uma tela,
sussurros cruzavam distâncias,
mil e duzentos quilômetros
viraram só um sopro de esperança.
Lua, com livros e alunos,
Rah, de jaleco e plantões,
teciam entre mensagens
o mapa secreto das paixões.
O encontro não foi primeiro,
foi memória reencontrada,
corpos que já se sabiam
em pele jamais tocada.
Amaram-se como quem volta,
não como quem chega ao fim,
e na pressa de cada abraço
o tempo deixou de ter fim.
“Quem é você?” — perguntaram,
na vertigem do sentir,
mas cada olhar respondia:
“sou o que em ti já existia,
sou o teu eterno porvir.”
Despediu-se o médico do quarto,
a professora ficou com o cheiro.
Não havia vazio na ausência,
havia presença inteira, por inteiro.
palavras ditas com temor:
“Não faça isso de novo…”
Mas já era tarde:
o amor se fez reencontro,
e o reencontro se fez amor
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